Representantes de oito países participaram da iniciativa da Rede de Alimentação Escolar Sustentável.
Muito se debate sobre o processo de volta as aulas em meio a pandemia do coronavírus, enquanto alguns defendem, outros dizem que ainda não é o momento de retornar as atividades escolares presencialmente. Mas um assunto em comum entre ambos os lados é a segurança alimentar dos alunos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), os Programas de Alimentação Escolar beneficiam atualmente 85 milhões de crianças na América Latina e no Caribe. Para aproximadamente 10 milhões, estes constituem uma das principais fontes de alimentos seguros que recebem todos os dias.
O assunto inclusive foi abordado no simpósio virtual organizado pela Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES) realizado na terça-feira (22) e nesta quarta-feira (23). Com o tema “Garantindo alimentação escolar segura durante e após uma pandemia: uma agenda emergente”, o evento contou com a participação de representantes do Brasil, Chile, El Salvador, México, Panamá, São Vicente, Granadinas e Bélgica.
Apesar de ser brasileira e ter muito orgulho disso, a jornalista e escritora capixaba Isa Colli representou a Bélgica. A autora mora em Bruxelas e mostrou como está sendo a execução do projeto de retorno às aulas presenciais nas escolas do país iniciadas no dia 07 de setembro.
“Foi uma honra muito grande participar desse evento e poder falar sobre a situação aqui na Bélgica. As escolas estão funcionando seguindo as recomendações do Ministério da Educação Nacional do país, mas enfrentam muitas dificuldades por causa da crise financeira causada pela pandemia”, afirma.
Durante o painel, Isa explicou que as escolas estão funcionando com base em dois códigos. No amarelo as escolas têm aulas presenciais de segunda a sexta-feira, todos devem utilizar máscaras, com limitação especial das atividades extraescolares para o ensino secundário. Então, as excursões culturais, visitas, saídas de todos os tipos são limitadas.
O código laranja pode ser ativado caso tenha uma situação crítica causada pela doença em um município ou escola. Significa que vai ter um ensino híbrido, meio presencial e meio digital, a distância. Esse código não se aplica às crianças até a primeira série.
“As medidas são para preservar ao máximo os alunos. Os novos sistemas também elaboraram um novo cardápio elaborada por uma nutricionista para que eles experimentem novos sabores. A escola sobre a qual falei ainda dividiu diferentes espaços para cada turma realizarem suas refeições”, diz.
Durante sua participação, Isa também apresentou um vídeo mostrando sua visita a uma escola belga explicando sobre os processos e destacou a jovem brasileira Dandara Verloes, uma estudante brasileira vencedora do prêmio “Jornalista Júnior” 2019/2020, o maior concurso de redação criativa para crianças e jovens da Bélgica.
O evento
Para Isa além da honra de poder falar sobre um tema tão importante, foi também uma honra poder dividir o dia com Luciana Gottchall, diretora do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Bruno Silva, assessor da Cooperação Inter.
Neste último dia participaram ainda: Santiago Flores, Diretor Nacional de Prevenção e Programa Social de El Salvador e Zaira Valderrama, Subdiretora de Políticas Inter setoriais de Saúde do México.
O simpósio organizado pela RAES, foi promovido pelo Governo do Brasil, representado pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no âmbito do projeto regional Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe.