Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da UFRJ explica potabilidade da água no Rio
À comunidade,
Frente aos problemas que vêm ocorrendo no sistema de distribuição de água do Rio de Janeiro, o Instituto de Microbiologia Paulo de Góes (IMPG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro posiciona-se da seguinte forma:
Várias notícias conflitantes estão sendo veiculadas nas redes sociais.
O fato é que a água que tem chegado nos diferentes pontos do Rio de Janeiro vem apresentando características como cor e turvação leve ou fortemente alterados. Parece que na maioria dos casos o problema detectado é um forte cheiro de terra, mas sem alteração de cor e turbidez.
A CEDAE assumiu que existe uma concentração elevada de geosmina (substância de origem microbiana) nas amostras analisadas. Estas são resultantes de uma multiplicação acentuada de bactérias e algas na água. Sua presença é considerada um defeito aceitável em sistemas de tratamento de água. Segundo a CEDAE, patógenos e compostos nocivos não foram detectados na água.
Devemos considerar que os fatos mostram que houve um aumento de algas e bactérias na água e que, embora não relatado pela CEDAE, estes microrganismos podem produzir alguns compostos que podem ser nocivos à saúde quando presentes em grandes quantidades.
Existe o relato do aumento de casos compatíveis com doenças de transmissão hídrica. Entretanto, no verão este aumento é relativamente comum, e devemos ter cautela ao vincular estes casos com os problemas observados na água de abastecimento.
A direção do IMPG recomenda a observação das características da água e os seguintes critérios para uso:
a) Transparente e com leve cheiro de terra: Utilizar normalmente.
b) Transparente e com forte odor de terra: Utilizar água mineral
c) Qualquer turbidez: Utilizar água mineral.
d) Coloração alterada: Utilizar água mineral e limpeza do reservatório.
e) Cheiro atípico (enxofre, produtos químicos, etc.): Utilizar água mineral e limpeza do reservatório.
f) Cheiro de cloro: Utilizar normalmente.
IMPORTANTE: Quando recomendamos o consumo de água mineral, significa que a água de abastecimento não deve ser utilizada para consumo, limpeza de utensílios ou higiene corporal.
Em todos os casos recomendamos a troca dos elementos filtrantes de filtros e, se possível a limpeza dos reservatórios assim que a água voltar a apresentar as características normais. A grande quantidade de matéria orgânica pode comprometer a cloração da água. Não adianta tomar estas atitudes durante o evento.
Direção do IMPG
Fonte: IMPG UFRJ/RJ