Juliana Mathias conta porque largou o direito pela internet
Com 26 anos formada em direito, Juliana Mathias, abandou a carreira de Advogada e se tornou influenciadora.
O início da carreira como influenciadora não começou 100% do nada. Ela amava fotografar e sempre viajou muito com a família, e com isso foi conquistando um público nas redes que acredita, na época, estar ali pelos seus conteúdos mais focados em viagem.
Por conta disso, algumas marcas foram entrando em contato com ela, oferecendo roupas e biquínis em troca de fotos na sua próxima viagem (a famosa “permuta”). Na época, como ainda estava beeem longe de trabalhar com isso, aceitou e amava receber looks novos para fotografar nas trips! E foi assim que se deu o início da carreira de influenciadora, sem nem ao menos dar conta disso.
Escolheu fazer Direito na faculdade, principalmente por conta do pai. Ele não é advogado, mas é concursado, então desde pequena ele sempre disse: que ela “tinha que fazer Direito para fazer concurso público”, e que assim a sua vida estaria feita. Talvez por isso ela nunca nem tivesse cogitado fazer outra faculdade, muito menos fazer outra coisa que não fosse estudar para concurso.
Quando se formou e de fato começou a estudar para a Procuradoria, parou com as viagens, mas o contato com as marcas permaneceu. Começou a ser chamada para shootings, que sempre recusava, pensando “não sou modelo, não sou blogueira, sou advogada. Não tenho tempo para ficar tirando foto, tenho que estudar”. Era um preconceito meu comigo mesma. Na verdade eu não estava querendo enxergar o que já estava na minha frente há muito tempo. Diz ela.
Quase dois anos se passaram e aí veio a pandemia. As provas de concurso público, que já eram difíceis de abrir, começaram a parecer ainda mais inalcançáveis. Provas já marcadas foram adiadas e canceladas, e tudo ficou ainda mais incerto na vida dos, concurseiros, e tudo isso foi me desanimando ainda mais a continuar estudando. Sem prazo para prova, sem garantia de passar, nada. Se já é difícil para quem AMA o Direito, para quem SONHA com a tão almejada carreira pública, imagina para quem não estava feliz dentro daquele mundo?
Passou um tempo e então em uma viagem para Búzios com mais três amigos foi o empurrão que faltava para querer “abandonar” o concurso e começar a fazer o que realmente amava: fotografar e me comunicar com as pessoas, e ainda ser remunerada por isso. Eles me encorajaram, falaram que levava jeito, mostraram como o mundo digital estava ganhando força e incentivaram a arriscar. “Se não der certo, é só voltar a estudar”, pensei. Dito e feito.
Foram alguns meses de terapia para de fato bater o martelo e contar para o namorado, para depois ter ainda mais coragem de contar para a família, e sobretudo ao seu pai. Como explicar para ele, no auge dos seus 60 anos, que a sua filha, futura Procuradora do Estado, resolveu desistir de tudo que ele investiu para virar “blogueirinha”? Foi difícil, não nego, mas quando contei ao meu namorado, ele me apoiou muito (e eu confesso que também estava com medo da reação dele, afinal, toda transição de carreira é difícil e sair da zona de conforto é mais ainda). Eu queria vê-lo de verdade acreditando em mim, queria que ele me desse força, para eu ter mais estímulo, pois estava receosa de que ele me puxasse para trás, e com isso me deixasse com mais medo ainda de tomar a decisão, mas ele fez totalmente o contrário e superou as minhas expectativas.
Depois de contar ao Lucas, contou aos pais. A mãe, que já sabia há tempos que ela não estava satisfeita com o Direito, ficou receosa, já que não conhecia muito o mundo da internet, mas apoiou. Já o pai, no primeiro momento, não gostou. Ficou dizendo “Agora você se vira sozinha!”, e foi a melhor coisa que ele fez, pois á fez crescer.
Hoje ela é muito orgulhosa do que tem construído aos pouquinhos e de todas as conquistas. Vibra por todas elas, por menores que sejam, e o pai abre um sorrisão quando conta cada uma delas. Hoje ele entende, apoia, dá dicas, vibra quando aumenta o número de seguidores, fica feliz quando uma foto faz sucesso, e esse apoio é essencial.
Afinal, mais do que os pais sonharem com a “carreira perfeita” dos filhos, eles sonham que, no final, sejam felizes. Felizes com as escolhas, mesmo que sejam diferentes das que eles tomaram, e felizes com a trajetória, mesmo que os caminhos sejam muito diferentes dos que eles trilharam. E é assim que estou hoje: muito feliz! Por ter me encontrado profissionalmente e se Deus quiser só vai melhorar, porque, quando fazemos com amor não tem como dar errado!)